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Startup Grow / Grin patinetes, declara falência

A empresa responsável por espalhar patinetes elétricas em grandes capitais do Brasil antes da pandemia, estava em recuperação judicial, não consegue emergir das dívidas e declara falência.

Entre 2019 e 2020 trabalhei na Grow mobilidade. A empresa trazia uma novidade que acontecia de forma simultânea em grandes cidades do mundo. Do dia para noite as ruas eram tomadas de patinetes elétricas que eram acionadas por aplicativos de celular, logicamente mediante pagamento adiantado.

A novidade era mantida por fundo de investimentos internacionais, em sua maior parte de fundos latinos.

A empresa tinha um custo operacional altíssimo e não dava lucro. O clima tropical, questões políticas, trabalhistas, segurança pública e social tornava inviável a manutenção daquele tipo de serviço.

A empresa ainda chegou a se unir brevemente com empresas como a de compras via app, Rappi, carregando sua marca e cores nas carenagens dos veículos.

Eram prédios alugados, frota alugada, empresas de segurança, limpeza, entre outras que foram passadas para trás com a falência, além de seus fiéis colaboradores.

Com as ações de Lock Down por conta da pandemia a empresa fechou as portas no ano de 2020, e demitiu muitos colaboradores. A empresa não pagou as indenizações e pediu recuperação judial. O plano previa o início dos pagamentos acordados com os credores ao início de abril deste ano, e hoje, após muita apreensão por parte dos seus antigos funcionários, receberam a triste notícia de que a empresa não conseguirá arcar com o plano, convolando falência.

A mesma terá seus ativos leiloados e o depósito do valor arrecadado será feito em conta judicial afim de fazer rateio entre os seus credores ao final das vendas.

A empresa não era detentora de grandes ativos. Em sua grande parte são mobílias de escritório, e ou equipamentos eletrônicos.

Ela não detinha prédios ou veículos, uma vez que era tudo alugado, e, inclusive os locatários absorverão prejuízos por calote.

O texto acima foi feito por J. Azeredo. Eu. Ex-colaborador que também não vai receber proventos devidos pela empresa falida. Desejo a todos os ex-colegas sorte e que a vida traga novas e boas oportunidades pela frente.

Trabalhar na Grow foi uma experiência incrível, que eu, com meu olhar experiente, imaginava que como era administrada, não iria muito longe, mas foi ótimo enquanto durou. Lembro de falar aos amigos sobre a inviabilidade daquele projeto e muitos não acreditavam. Esse foi o resultado. Parabéns àqueles que não se iludiram e aproveitaram o bom salário para investir em conhecimento.

Mais sobre a Grow

A Grow foi uma startup brasileira de patinetes elétricas que surgiu em 2018 e rapidamente se expandiu para outras cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A empresa tinha como objetivo revolucionar o transporte urbano, oferecendo uma alternativa mais prática, econômica e sustentável aos carros e ônibus.

No entanto, em janeiro de 2020, a Grow anunciou sua falência, após enfrentar dificuldades financeiras e operacionais. O que teria levado ao fracasso de uma das startups mais promissoras do Brasil?

Um dos principais fatores que contribuíram para a falência da Grow foi a intensa concorrência no mercado de patinetes elétricas. A empresa enfrentou a concorrência de outras startups, como a Grin e a Yellow, além de grandes empresas multinacionais, como a Lime e a Bird. Essa competição acirrada fez com que a Grow precisasse investir constantemente em novas tecnologias e em expansão para manter sua participação de mercado, o que gerou um alto custo operacional.

Outro fator que prejudicou a Grow foi a falta de regulamentação do uso de patinetes elétricas nas cidades onde a empresa operava. A falta de regras claras e de fiscalização adequada levou a uma série de problemas, como o uso inadequado dos equipamentos, o estacionamento em locais proibidos e a falta de segurança para os usuários e pedestres. Esses problemas geraram uma imagem negativa da empresa e aumentaram os custos com manutenção e reparos dos patinetes.

Além disso, a Grow enfrentou problemas financeiros, como o alto custo de aquisição e manutenção dos patinetes elétricos e a necessidade de investimentos constantes em novas tecnologias e em expansão para manter sua participação de mercado. A empresa também enfrentou dificuldades para captar investimentos e obter financiamento, o que limitou sua capacidade de expansão e inovação.

Por fim, a pandemia de Covid-19, que começou a se espalhar pelo Brasil em março de 2020, também contribuiu para a falência da Grow. Com a queda na demanda por transporte urbano e o aumento do isolamento social, muitos usuários deixaram de utilizar os patinetes elétricos, o que reduziu significativamente a receita da empresa.

Em resumo, a falência da Grow foi resultado de uma combinação de fatores, incluindo a intensa concorrência no mercado de patinetes elétricas, a falta de regulamentação adequada, os problemas financeiros e a pandemia de Covid-19. A experiência da Grow serve como um alerta para outras startups que atuam em setores altamente competitivos e com pouca regulamentação, mostrando a importância de um planejamento estratégico sólido e de uma gestão financeira eficiente para garantir a sustentabilidade do negócio.

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